quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

LOGO DO EXPRESSO ITAMARATI LTDA

O Expresso Itamarati começou a operar em 7 de Janeiro de 1951, quando o imigrante espanhol José Oger e os filhos Affonso e Clowis resolveram entrar para o negócio de transporte coletivo de passageiros. Primeiro, compraram as três jardineiras Ford-F-5, que faziam a linha São José do Rio Preto-Novo Horizonte, na região noroeste do Estado de São Paulo.Nascia a empresa Oger & Filhos. Aos poucos, outros veículos foram incorporados à frota e novas linhas adquiridas.Em 1968, foi incorporada a Viação Tamoio e, em 1971, o ciclo de incorporações se encerrou, com a aquisição das linhas e veículos da Viação Aprazível Paulista (VAP)

Ele começou a trabalhar no transporte rodoviário de passageiros em 1951, quando, com seu pai e um Irmão, comprou duas jardineiras Ford F5, ano 1948, e passou a operar uma linha pioneira ligando Novo Horizonte a São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Seu José era um hábil mecânico. Affonso e Clówis cuidavam da bagagem, cobravam passagens e estavam sempre atentos a quaisquer imprevistos.
Foi assim que nasceu a Oger & Filhos, embrião da Expresso Itamarati. "Não foi um começo fácil nem nós esperávamos que fosse. As pessoas estavam acostumadas a viajar de trem e não pareciam dispostas a experimentar o novo meio de transporte", narra Affonso Oger. Acrescente-se que aquela era uma região - o noroeste paulista - pontilhada de estradas esburacadas, com muita poeira, intransitáveis quando chovia. Affonso, porém, confiava no enorme potencial representado pelo avanço da colonização e pelo início do processo de urbanização regional. Tinha então 27 anos. Seu irmão Clówis, 24, e o pai, Seu José, 51.
Aos poucos, os passageiros foram aparecendo e o negócio da família Oger - que antes das jardineiras mantinha um comércio de compra e venda de automóveis - cresceu de importância, ajudando no desenvolvimento das pequenas comunidades e facilitando o acesso dos moradores da zona rural ao comércio regional e à assistência de saúde disponível nos centros maiores.
Os donos da empresa acordavam bem cedo. Era importante chegar ao ponto de ônibus antes dos passageiros que queriam viajar para londrina, no Paraná. Até então, a viagem por ônibus era feita em duas etapas, a primeira até Tupã (SP), com baldeação para o norte paranaense - na época, um destino muito procurado por conta da súbita evolução da cultura cafeeira. Por Novo Horizonte também corriam ônibus para Marília e londrina. Affonso Oger passou a oferecer essa alternativa.
O segredo era ser rápido. Mal o passageiro despontava, ia ao encontro dele, pegava suas malas e as colocava no bagageiro. E o ônibus para Novo Horizonte saía lotado de candidatos ao eldorado paranaense. Com dois anos de atividade, já era evidente a necessidade da Oger & Filhos comprar mais veículos para oferecer mais horários nas linhas. Quando o ônibus foi finalmente adquirido, já começou a operar com o nome Expresso Itamarati - em tupi-guarani a palavra significa algo como lugar da pedra branca - pintado no pára-choque dianteiro. A escolha do novo nome havia sido feita pelos fundadores durante uma reunião familiar.
O novo veículo ficou conhecido como expresso das dez e tornou-se o preferido dos passageiros por causa dos requintes de conforto que oferecia, a começar pelas poltronas macias e espaçosas.O sucesso na operação animou os irmãos a olhar com interesse para algumas linhas que interligavam pequenas cidades entre Rio Preto e Novo Horizonte. Normalmente, eram linhas exploradas por pequenas empresas locais. A primeira a ser incorporada foi a Urupês - Rio Preto. Em seguida, Termas de Ibirá - Uchoa. Mais tarde, a linha Rio Preto-Cedral e os quatro horários entre Potirendaba e Rio Preto. A compra dos quatro ônibus da empresa Irmãos Salgado e da linha Rio Preto-Votuporanga, em 1955, foi considerada um pequeno salto e uma ligeira demonstração de ousadia, não apenas pelo volume do negócio em si, mas pela importância estratégica da decisão de operar uma nova rota, diferente daquela onde a empresa nascera.
Os ônibus da Expresso Itamarati avançaram rapidamente em direção à divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso (hoje, Mato Grosso do Sul). No final dos anos 50, a aquisição das linhas e dos seis ônibus da Viação Tamoyo, que fazia o trajeto Rio Preto-Olímpia-Barretos, acabaria levando a Itamarati para uma nova direção geográfica, oposta àquelas onde operava até então.A última grande incorporação ocorreu em 1962, com a compra da Viação Aprazíve/ Paulista Ltda. Daí para frente, a expansão se deu principalmente mediante novas autorizações. Uma das mais importantes, ainda em 1962, permitiu à empresa operar o trajeto Votuporanga-São Paulo. A família Oger adquiriu um veículo novo especialmente para a linha e se reuniu numa pequena festividade para receber, no terminal de Mirassol, o primeiro ônibus vindo da capital. 
Aos poucos, a linha da Itamarati para São Paulo foi sendo "esticada" em direção a Mato Grosso, atingindo Jales, Santa Fé do Sul, Aparecida do Taboado e outras cidades. Atualmente, vai até Araputanga, Mato Grasso, cumprindo uma viagem de 2.500 quilômetros, que dura 30 horas.
Mais tarde, devidamente autorizada a atuar também no transporte urbano e suburbano de passageiros, a empresa evoluiu no segmento até responder por aproximadamente 20% da área urbana de Rio Preto. No final dos anos 90, assumiu, em concorrência pública, o serviço de transporte coletivo da vizinha cidade de Mirassol.Anos antes, no início do década de 70, Affonso e Clówis Oger decidiram verificar pessoalmente em Santa Clara d'Oeste as condições para que seus ônibus cruzassem o obstáculo maior à expansão das linhas do Expresso Itamarati. Os serviços da empresa já haviam chegado ao extremo noroeste do Estado de São Paulo e um grande desafio estava por ser enfrentado: era o Rio Paraná, fronteira natural com Mato Grosso e caminho importante em direção às novas fronteiras agrícolas do Centro-Oeste. Superá-lo seria vital para consolidar a presença da empresa em uma região onde a demanda de passageiros era cada vez maior.
Da viagem, Affonso e Clówis trouxeram uma frustração e uma certeza. A frustração foi o tempo gasto entre ido e vinda -cerca de oito horas. A certeza: teriam que agir por iniciativa própria se quisessem vencer o desafio. Decidiram construir um porto e realizar a travessia em balsas próprias.
Desde que o Porto Itamarati começou a operar, em 2 de fevereiro de 1973, ficou claro que seria muito mais que um mero meio de travessia para os ônibus da empresa. Tornou-se alternativa rápida e eficiente de passagem para automóveis e caminhões que, cada dia mais, transitavam entre as regiões agrícolas dos dois estados. Prenunciando-se como novo e rentável negócio para os Oger, as balsas iam e voltavam lotadas, deixando às moscas o Porto Taboado.
Em abril de 1976, durante as comemorações do Jubileu de Prata da empresa, começaram a operar no Porto Itamarati embarcações do tipo ferry-boat, construídas em aço, com capacidade de carga incomparavelmente maior, e movimentadas por potentes motores turbo-alimentados.Somente 22 anos depois, em maio de 1998, com a inauguração da ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná, entre Rubinéia e Aparecida do Taboado, o Porto Itamarati deu por encerrada sua missão de interligar fronteiras agrícolas, grandes centros de consumo e o porto de Santos. Até um mês antes, as balsas ainda transportavam 40.000 veículos por mês. No início de 2002, a Unidade de Negócio de Transporte Hidroviário do Expresso Itamarati foi formalmente desativada.
Em 1980, a primeira linha regular de transferência de cargas e encomendas criada pela Expresso Itamarati atendia o percurso São Paulo-Ribeirão Preto-Rio Preto com um único Mercedes- Benz 608D, carroçaria baú. Affonso Oger recorda que, apenas trinta dias depois, essa estrutura mínima já se revelava pequena demais para a demanda crescente. O pequeno caminhão ganhou o reforço de um Ford 2000, iniciando-se a meteórica multiplicação da frota de veículos leves, médios, pesados e semi-pesados, que se espalhava pela grande região que abrangia todo o interior do Estado de São Paulo (incluindo a Baixada Santista e o Vale do Ribeira) e o Triângulo Mineiro. 
"Com o tempo - conta Affonso Oger - essa vertente do negócio acabou se mostrando bem mais complexa e menos romântica do que a sucessão de êxitos iniciais. O transporte de cargas e encomendas era uma atividade instável, pontuada por um movimento de sobe-desce determinado, ora pelos períodos de retração econômica, ora pela concorrência forte do transporte ferroviário."
Essas nuances acabaram pautando a Itamarati na busca de soluções estabilizadoras. Era preciso encontrar uma alternativa de administração que permitisse o crescimento das atividades e uma melhora na eficiência dos serviços prestados - metas que esbarravam nas limitações de uma administração centralizada para operações espalhadas por uma imensa região geográfica, exigindo decisões rápidas e negociações particularizadas. O caminho escolhido foi a terceirização das agências de cargas, iniciada em 1991 com a transferência dos pontos de coleta e distribuição preferencialmente para os próprios gerentes e funcionários dessas bases. O modelo, muito parecido com o do sistema de franchising, em poucos anos se estendeu à totalidade das agências que a empresa considerava franqueáveis, e que se tornaram ainda mais competitivas e independentes para atuar nas negociações com os tomadores do serviço de cargas e encomendas dentro da região determinada para cada franqueado.Em 1996, a Itamarati Cargas implantou o Centro de Distribuição e Controle de estoque de seus clientes. Em seguida, conquistou a operação de transporte, armazenamento e distribuição dos produtos Bauducco para todo o interior de São Paulo, Triângulo Mineiro, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Goiás. Para atender o contrato, criou um novo Centro de Distribuição em São José do Rio Preto, responsável pela movimentação de 11 mil toneladas anuais. A empresa passou a receber novos contratos e expandiu os negócios na área. Para a Itamarati, atuar em entregas domiciliares tornou-se praticamente uma especialidade.
Atualmente, ao lado das operações específicas para grandes clientes, a Unidade de Logística do Expresso Itamarati está dando ênfase à atuação no transporte de carga fracionada. Uma campanha de divulgação junto ao público procura destacar o pioneirismo da empresa no setor e seus diferenciais de agilidade e rapidez em relação à concorrência.Affonso Oger nunca deixou de ser uma presença constante na vida da empresa. Ainda hoje, comparece diariamente à sede da companhia, influindo no planejamento estratégico do grupo. Sua história, tal como a da empresa que ele fundou, é uma longa coleção de exemplos de dedicação à vontade de servir. Uma vocação que tem colaborado para manter a companhia com elevado nível de empatia com o público e respondido por uma firme liderança em todos os mercados onde atua.Fonte: Encarte especial da revista ABRATI nº35 – Dezembro 2003 VIA http://canalparadasolicitada.blogspot.com.br/2013/01/affonso-oger-saga-de-um-homem-de-visao.html

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